Um horizonte mais equitativo na terra dos patrocínios esportivos?
Este texto foi produzido por Camilo Neira, sócio-diretor Life Marketing Esportivo
Hoje as marcas apostam cada vez mais em patrocinar atletas do que times, eventos ou ligas, afinal de contas, as pessoas aspiram ser como seus heróXs e querem consumir as marcas que elXs representam.
Segundo a Opendorse, empresa de tecnologia a serviço do patrocínio ao atleta, os atletas lideram de maneira consistente o engajamento nas mídias sociais, muito acima quando comparados com influenciadores, times, ligas e outras fontes de mídia.
Isto atualmente é ainda mais evidente no esporte feminino, onde as assistências nos eventos são cada vez mais expressivas, existe maior cobertura e audiência, incremento dos direitos comerciais, aumento de investimento de capital e vendas de produtos, além de um engajamento superior nas redes sociais.
Um cenário mais otimista
Dessa forma, no atual cenário, onde trabalhamos para ter uma sociedade mais justa, felizmente estamos experimentando uma mudança onde as empresas começam a se posicionar investindo mais em atletas femininas, como é o caso da Noami Osaka (pela primeira vez uma mulher aparece nos primeiros 15 lugares da lista de atletas melhores pagos no mundo*), Serena Williams, Simone Biles e Megan Rapinoe, só por nomear algumas referências mundiais.
No Brasil essa tendência também está se impondo, por isso vemos como Rayssa Leal, Pamela Rosa, Leticia Bufoni e Rebeca Andrade são reconhecidas pelas suas conquistas, valores e atributos e hoje são receptoras de grande parte da atenção e dos patrocínios.
A Fadinha Rayssa Leal prévio a Tóquio 2020 já era patrocinada pela Nike, Monster Energy, MRV, Stronger Trucks, Mobgrip e Brasilprev.
Depois de sua atuação no país asiático, elevou consideravelmente seu portfólio de patrocinadores com o Banco do Brasil, OdontoCompany, Nescau e Housi.
Além de ações pontuais, como a realizada com a HBO para promover o filme Space Jam 2.
No caso da Rebeca Andrade, antes dos Jogos Olímpicos só contava com uma parceria de curto prazo com a Riachuelo, agora essa parceria foi estendida pelo próximo ciclo olímpico, mostrando um apoio mais amplo na preparação da atleta de cara à Paris 2024. À Riachuelo se somam a Havaianas, Volvo, Lancôme e Neutrox.
É revigorante para a indústria esportiva como um todo, que exista uma aposta séria no esporte feminino. Que atletas como elas sejam escolhidas como embaixadoras das marcas com perfis mais novos, mais reais, mais próximos de nós mortais. E com certeza, além de surfar a onda do skate e o do esporte feminino, as marcas dentro da sua estratégia entendem que conseguirão atingir um público-alvo mais novo, consciente, engajado em causas sociais, mais imerso no mundo digital e principalmente um público procurando reivindicação, igualdade e maior protagonismo.
Patrocínios
É claro que os patrocínios estão crescendo para as atletas femininas e principalmente depois dos resultados obtidos nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020.
É uma aposta que veio para ficar, e para continuar crescendo e ajudando à consolidação do esporte feminino em todas suas as modalidades. Na medida que mais marcas entendam isso, e enxerguem que o esporte feminino não é “modinha” e sim um investimento estratégico a curto, meio e longo prazo, estaremos mais próximos de uma sociedade que veja com os mesmos olhos o esporte como um todo, sem pensar em gênero.
Camilo Neira é sócio-diretor Life Marketing Esportivo.
Possui 14 anos de experiência na área de gestão esportiva desenvolvida em empresas nacionais e internacionais como Life Marketing Esportivo, Latin Sports, Comitê Olímpico Colombiano, Instituto Esporte Educação, Playlegal, Infogolf, Real Club Deportivo Espanyol, RCDE, S.A.D.
Fontes: Sportico, Máquina do Esporte, Marketing Esportivo, UOL.