Rock’n’Roll Running Series: na vanguarda dos eventos temáticos

Na conferência Running USA deste ano conheci o criador de uma das provas mais bem-sucedidas da história da corrida – que hoje é um circuito mundial, a Rock’n’Roll Running Series.
Mr. Tracy Sundlun, já veterano dos eventos esportivos, fez um grande trabalho ao ser pioneiro em unir música e corrida, em um caso mundial de sucesso para provas temáticas.

Conversamos que, há alguns anos ele vendeu o evento, originalmente de San Diego – CA, para um grupo maior. Está curtindo outros projetos e uma nova fase da vida.
De qualquer maneira, é uma aula de história. A marca é uma das minhas referências do nosso setor desde sempre – e globalmente falando.
Por um motivo simples: inclusão.
Este encontro me inspirou nesse artigo, que fala de um case único, mas também sobre legado, eventos esportivos e música.
Rock’n’Roll Running Series é acesso e diversão

O circuito teve início em 1998 com um objetivo simples: tornar a corrida mais acessível e divertida para participantes de todos os níveis de habilidade. Funcionou.
Com o passar dos anos, o evento consolidou-se como um dos eventos de corrida mais icônicos e esperados, com atrações grandes, espalhado por dezenas de cidades nos EUA em um modelo de franquia.
E ainda, Rock’n’Roll Running Series começou também a expansão internacional: já foi realizada em 9 países. Entre eles estão os Estados Unidos, Espanha, México, Canadá, Irlanda, Portugal, Inglaterra, China e França.
É muito legal estudar projetos como este, que revolucionaram nosso setor.
As pessoas precisam de motivos para continuar treinando, ou para começar no esporte. A Rock’n’Roll inclui em seu rol de desafios maratonas, meias maratonas, 10Ks, e 5Ks, mantendo foco principal nas distâncias de entrada.
As provas temáticas, por mais que, por vezes, não levem o rigor técnico de momentos mais competitivos, têm uma função gigante na renovação de público, em criar base para o crescimento de todo setor.
Chegam pessoas que ficam para sempre conosco.
Mantendo-se relevante
Em fevereiro de 2024, 27 mil pessoas se reuniram em Las Vegas para mais uma edição da Rock’n’Roll Running Series. A corrida, noturna por essência, teve distâncias de 10K e maratona.

Além da prova e das atrações musicais, o evento mantém espírito competitivo, trazendo boas premiações e atletas de elite, além de ativações de entorno, como aulas de Yoga, expo, lojas e espaços de patrocinadores.
Apesar de tudo isso, a chave está na identidade.
“Bringing Fun To The Run”.
Por mais de 25 anos a estratégia manteve-se a mesma e alcança gente diferente. Não são necessariamente aquelas pessoas que treinam no parque às 5h da manhã.
É eclético, noturno, criativo.
Todo projeto como este precisou de muita coragem para começar – e vale para refletir: no que nossa empresa está contribuindo para o segmento? Nossos projetos vão parar de pé 25 anos depois de criarmos?
Seus eventos são feitos para você ou para o mundo?

Playlists criam atmosfera
Aqui no Brasil temos um case muito legal com a Rolling Stone, antes revista e atual plataforma de conteúdo sobre música, e sua corrida sempre relevante no calendário.
Traz bandas legais de verdade, cerveja e – olha só – esporte.

A música e o esporte têm uma ligação íntima. São atividades humanas profundas. Quando se juntam criam algo diferente. A gente vê DJs, bandas, baterias durante percursos – e isso alimenta a energia. A escolha da música da largada é um cuidado.
Rock’n’Roll Running Series já trouxe bandas e artistas bem bacanas (humilde opinião) e outros bem famosos ao longo da história. Tocaram no evento, por exemplo:
- Snoop Dogg
- Sheryl Crow
- Third Eye Blind
- B-52s
- Pit Bull
- Journey
- Flo Rida
- Goo Goo Dolls
- Macklemore & Ryan Lewis
- The Wallflower
- Kesha
Eles também soltam as playlists mais legais em seus canais, sempre com foco em estimular os treinos e embalar as subidas.
(Não há um consenso sobre performance X fones de ouvido, mas não é esse o caso). O caso é que, para muita gente, a música tem efeito motivante, criativo e inspirador.
E, de novo, é para valorizarmos os eventos que não estão só preocupados com performance. Sim, são a base, o fundamento. Mas, para um esporte que se diz o mais democrático de todos, as diversas maneiras de trazermos novas pessoas valem ouro.