14 movimentos do setor de eventos esportivos em 2024

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Sim, é aquela época do ano, os relatórios de tendências chegaram. E aqui estamos.

Cruzamos dezenas dessas tendências para 2024 com nosso universo de eventos esportivos.

Deste recorte transversal, surgem 14 projeções sobre negócios, comportamento, tecnologia e consumo que devem estar no seu radar para este ano. Um olhar geral sobre o que esperamos de evoluções e reflexões.

Prólogo essencial: não há nenhuma certeza, é um estudo de possibilidades e projeções de futuros, muitas delas citadas por grandes especialistas. Da nossa parte, o exercício de trazer para um contexto próximo, identificar o que nos toca.

Além disso, foram observados – e considerados – também dados de macroeconomia, como PIB Brasil (que deve fechar um crescimento de 3% em 2023 e tem projeção de 1,5% a 2,0% para 2024, com desaceleração, mas ainda “benigna”).

As tendências estudadas e brevemente elaboradas são, em ordem aleatória:

  1. Consolidação e Escala no Setor.
  2. Profundidade de Branding.
  3. Novos Espaços de Marcas Endêmicas, ou seja, do Esporte.
  4. Eventos Esportivos terão diversificação de receitas.
  5. 60+ reflexão e acolhimento: a economia prateada nos eventos esportivos
  6. Intercâmbio cultural e regionalismos.
  7. Crescimento de maiores distâncias.
  8. Equalização da participação feminina.
  9. Integrações com wearables e plataformas mobile.
  10. Na agenda do setor de saúde.
  11. Personalização radical de experiência.
  12. MEI Power: terceirização de produção e funcionários volantes.
  13. Sportainement chega aos eventos Participativos.
  14. AI generativa para campanhas e identidades.

E, abaixo, a explicação de cada uma 👇🏼

1# Consolidação e Escala no Setor.

Após período de crescimento no número total de eventos e uma relação “estranha” de oferta e demanda, as coisas começam a entrar nos eixos.

Quem entregou qualidade vai crescer em número de inscrições – ou então, elas vão esgotar mais rápido.

Além disso, esperamos algumas fusões e aquisições pontuais entre Organizadores importantes. Há movimentos de consolidação de portfólio – e oportunidades de investimentos.

Com isso, novas empresas vão dividir protagonismo, com gente profissionalizada chegando 🥷🏻.

Aposta pessoal: quem se destaca é quem tiver cultura interna forte, identidade e respeito aos atletas como valor primordial.

2# Profundidade de Branding.

Será que enfim os Organizadores vão colocar as marcas próprias como protagonistas? Assim esperamos. A construção de uma identidade leva tempo mas é o que uma empresa tem de mais valioso.

Não adianta ficar mais no raso, na era da Economia da Atenção, a marca precisa ter personalidade forte e ser um pólo de debates. Rebrandings, construção de personas, conteúdo relacionado, exposição de verdade (com cuidado visual), devem vir por aí.

Temos demanda urgente de construção de marcas potentes no segmento. 2024 esse vácuo será mais ocupado. Que seja por você.

3# Novos Espaços de Marcas Endêmicas, ou seja, do Esporte.

Enfim estamos enxergando um ano de mais investimentos das marcas esportivas nos eventos. Após cases de sucesso como as provas de Fila, Hoka, Asics e a apropriação histórica de Adidas na Maratona do Rio, veremos mais investimento em 2024.

Além das renovações, temos a notícia de Nike voltando às pistas, o lançamento de Golden Run 2024 🏅 e New Balance na nova maratona de Porto Alegre.

Há uma retomada de investimentos e 2024 tem tudo para ser o melhor ano de patrocínios desde inicio do século XXI.

4# Eventos Esportivos terão diversificação de receitas.

Além de reforço nos patrocínios e saúde de inscrições, eventos vão buscar outras fontes de receita ignoradas, ou mal trabalhadas.

O que já vemos iniciar?

  • Reforço de parceria com empresas de fotos
  • Lojas próprias e produtos licenciados
  • Cobrança de serviços pré-prova como troca de numeração de camiseta ou modalidade
  • Cobrança de alterações de ano ou transferência de titularidade
  • Monetização de Lockers, estacionamento e espaços VIP
  • Seguros
  • Novos collabs com marcas e comercialização de dados

E tem muito mais coisa a explorar.

5# 60+ reflexão e acolhimento: a economia prateada nos eventos esportivos.

Durante muitos anos vimos as maiores marcas do esporte puramente envolvidas com jovens. Era dito que o “público 18-24 é chave para conquistar clientes cedo e vender tênis a vida toda”.

Parece que essa verdade estremeceu.

Além disso, já sabemos, começamos a ir aos eventos esportivos depois dos 35 anos, na vida adulta. A média de idade de participantes aumenta, provando longevidade e a mudança na pirâmide etária, já confirmada em diversas pesquisas.

  • A idade mediana da população brasileira aumentou de 29 anos em 2010 para 35 anos em 2022.
  • Entre 2010 e 2022, o número de pessoas com 65 anos ou mais no Brasil aumentou 57,4%, de 14 milhões para 22,2 milhões, representando 10,9% da população em 2022.
  • Segundo o Ipea, a população brasileira apresentará crescimento negativo a partir de 2050, com a estrutura etária perdendo o peso relativo dos mais jovens e aumentando o dos idosos.

Essa informação precisa ser considerada em diversos termos: na elaboração de regulamentos, na estratégia de preço, na acessibilidade e acolhimento. Há todo um universo de pessoas 60+, a nova meia idade, ansiosa para viver e consumir. Você já pensa nesse público com ações especificas?

6# Intercâmbio cultural e regionalismos.

Vamos viajar mais para participar de eventos esportivos em 2024.

Para fora e, principalmente, para dentro do nosso Brasil. As experiências esportivas vão se misturar com experiências culturais. Como viver o máximo de um espaço no mundo? Sabemos: nadando, pedalando, correndo neste espaço.

Então, quem tiver estratégias de comunicação com discurso de turismo vai trazer gente nova ao evento. É ampliciar a beleza das capitais e interiores do Brasil. É construir bases de dados de quem veio de fora e oferecer pacotes. É, inclusive, trazer atletas de fora do país.

Sua experiência – e o espaço que você ocupa – é única. Respeitar identidade desse espaço é chave. Turismo gera abrangência ✈️.

7# Crescimento de maiores distâncias.

Se 2023 foi ano de trazer gente para base, podemos esperar que o funil aumentou. Nessa retomada e crescimento que foram os últimos 18 meses muita gente se encantou com os desafios.

Os triatlons vão crescer de demanda. As longas distâncias de corrida idem. Veremos mais maratonistas. A bike, que andou arrefecendo o crescimento, deve encontrar um novo plateau saudável.

Há também o protagonismo de tópicos como saúde mental e a luta anti-cansaço crônico que vão empurrar as pessoas ao esporte. Vamos ver mais finishers em 2024.

[ Dica: incluir distâncias não-tradicionais de transição entre maiores distâncias – 15km, 17km, 32km. Tem gente precisando e pouca / nenhuma oferta. ]

8# Equalização da participação feminina.

Entre 2022 e 2023, enxergamos uma volta na participação de mulheres aos eventos esportivos. Era tema preocupante, mas que aos poucos ficou claro: tivemos um crescimento aproximado de 6% na participação feminina nos eventos esportivos.

É uma tendência continua. Lembramos que esse número chegou a quase H60%-M40% em 2022. Agora, próximo à equalização e estimativa de H45%-M55% ainda para 2024. Quem sabe? 🏄🏻‍♀️

O que fazer com essa informação? 1. Comemorar, é sinal de maturidade, acolhimento e potencial de crescimento. 2. Pensar na experiência delas, em produtos, serviços, em discursos que podem tirar peso de perfomance e colocar em comunidade, em cabeça boa.

9# Integrações com wearables e plataformas mobile.

No recente relatório Future Trends, da futurista Amy Webb, uma das grandes pensadoras contemporâneas, ela fala sobre a volta dos dispositivos “vestíveis” – relógios, pulseiras, camisetas, tênis conectados – como protagonistas de 2024.

O desenvolvimento e adoção dos celulares terá os motores menos acelerados e o que vem por aí é o crescimento dos tais wearables. E o que isso tem a ver com eventos esportivos?

É importante ficar ligado, por exemplo, em aferições – tudo estará mais preciso. E que serviços podem ajudar os atletas? Que aplicativos conectar ao evento (isso vale para celular também)?

Eventos esportivos estarão integrados com esse universo de Apps 📲 que impulsionam a experiência de atletas.

10# Na agenda do setor de saúde.

O esporte como rotina e em diferentes intensidades está em 11 a cada 10 reports de tendências do setor de Saúde.

Como dizem por aí, o ministério do Esporte deveria chamar-se da Saúde e, o da Saúde, ministério da doença. Afinal, somos prevenção.

Veja um trecho de um desses relatórios de tendência, de um setor que debate remédios, vacinas e tratamentos:

As tendências de 2024 evidenciam um enfoque na longevidade e qualidade de vida. Dietas baseadas em plantas, a atenção à saúde do sono e intestinal, além da prática regular de exercícios físicos, ganham destaque. A inovação não para por aí: as técnicas de recuperação pós-exercício, incluindo terapias de temperatura, ganham adeptos, refletindo o interesse em métodos cada vez mais sofisticados de cuidado corporal.

A medicina terá os eventos esportivos no radar em 2024 – há um potencial de impacto ilimitado às vidas humanas e combate à maus seculares.

11# Personalização radical de experiência.

Vamos usar tecnologia para personalização total das experiências. Essa tendência de todo setor de eventos.

Da experiência de compra de inscrição até a entrega do tempo, é tudo direcionado, customizável. É a inversão de valores e de um pragmatismo que a tecnologia tem ajudado a detonar: escala não mais é sinal de despersonalização.

Sim, estamos falando de bots-humanos que vão atender como tal. Mas é também facilitar, dar opções, tirar fricção, estar disponível para debate e co-construção. Falamos isso há anos. Mas, dessa vez, a Inteligência Artificial vai dar uma mão de vez.

A personalização é radical por que é hora de expandir os limites do que “pode / não pode” A pergunta aos atletas é: o que você precisa? A ideia é ouvir todo mundo.

Aliás, isso vale também para plataforma de inscrição. Vamos mirar esse caminho no atendimento aos organizadores.

12# MEI Power: terceirização de produção e funcionários volantes.

Ganham força as redes de trabalho e profissionais-empresas. Estruturas de produção podem ser mais enxutas e as contratações pontuais, com contratos longevos e parcerias. É uma nova lei de mercado, de mentalidade digital, que deve se acentuar em 2024.

🕸

Os organizadores devem ter equipes com olhar estratégico, que cuidam das pessoas, da comunicação e de orquestrar esse volume de profissionais volantes, on-demand.

Há muitas vantagens nesse processo, além desse foco no core business. A colaboração direta com Microempreendedores Individuais (MEIs) e a digitalização do setor estão ganhando importância. Isso facilita a compra e venda de serviços para eventos: ou seja, especialização gera qualidade e mais possibilidades.

13# Sportainement chega aos eventos Participativos.

Essa tendência chega atrasada nos eventos esportivos de participação em massa, sempre mais preocupados com performance e entregas “simplesmente redondas”. É hora de emocionar e misturar sua experiência de esporte misturada com entretenimento.

Corridas não bastam ser temáticas. As experiência precisam passar de backdrops de fotos. É o contato com arranjos memoráveis, de impacto.

Vemos a consolidação de eventos como Rolling Stones, da revista para as pistas com shows e boas lotações, mas vemos novas ideais, como aproveitamento de momentos de largadas. Dois dos videos mais emocionantes do nosso setor em 2023 misturam esporte e entretenimento: a mobilização na largada da maratona de Berlim e a profunda identidade e emoção na largada da Maratona de Manaus – tem que ver!

Quanto mais criarmos esse tipo de momento, mais as marcas chegam, as inscrições chegam e nossas criações prosperam como momentos de transformação na vida das pessoas.

14# AI generativa para campanhas e identidades.

Sim, veremos campanhas com a base criada por tecnologias de AI generativas. Estão aí, disponíveis. Temos que usar.

Mas, ainda, esperamos boas práticas nesse sentido. A ideia nunca é terceirizar toda produção ao computador – é fazer ele trabalhar para a gente. Tem muito Organizador que não tem uma equipe eficiente de design fixa e que pode criar conceitos e imagens inovadoras usando a AI.

Aqui usamos o Midjourney para criar imagens ilustrativas e o Chat-GPT4 para ajudar (AJUDAR) em campanhas, criar CTAs criativos.

Mas o importante é melhorar o nível, estudar as ferramentas e criar coisas mais legais – com a sua cara, a cara do esporte e das experiências que você produz. Use.

O que fazer com essas informações?

Primeiro: nada. Repito isso sempre que produzimos algum relatório ou artigo sobre tendências. Deixe fluir nos seus pensamentos e não tem nada mais urgente do que refletir.

Vão surgir ideias, mas não necessariamente boas. Alguns conceitos talvez vão enraizar. O que faz sentido para você?

Tem muita informação chegando de todos os lugares, esse é mais um deles. Use seu filtro, sua perspectiva para agir.

De qualquer maneira, para ajudar, criamos uma Tier List das 14 tendências: o que é mais importante olhar, o que é menos. Mas lembre-se, não é regra, é visão desse lado de cá. Tabela abaixo. Bora detonar 2024.

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