Itens indispensáveis para um evento de natação em águas abertas
Organizar um evento esportivo, como uma corrida de rua, dá bastante trabalho. Imagine então organizar um evento no mar? Com certeza, nesse tipo de evento esportivo, o organizador precisa ter ainda mais atenção e cuidado com os participantes, afinal, o mar é um percurso instável.
As provas de águas abertas, como são conhecidas, geralmente possuem longas distâncias e acontecem no mar, em represas, rios e lagoas. Essas provas podem ser realizadas no formato de travessia, no qual os participantes largam de um local e chegam a outro, ou então têm chegada e largada no mesmo lugar. Considerando que o Brasil possui uma costa com mais de sete mil quilômetros, organizar eventos em águas abertas pode ser uma alternativa interessante para quem quer fugir dos eventos terrestres e conquistar um novo mercado.
Um evento brasileiro que acontece há sete anos e já referência no assunto é o Rei Rainha do Mar. Hoje a prova reúne cerca de quatro mil pessoas entre nadadores profissionais e amadores. De acordo com Alexandre Massura, diretor de novos projetos da Effect Sport, que organiza o Rei Rainha do Mar, a logística de um evento de águas abertas é bem mais complexa e exige uma estrutura de guarda-vidas indispensável.
Porém, para ele, o público desse tipo de evento se assemelha com os atletas de corrida de rua. “Não vejo diferença de perfil entre os atletas de corrida e águas abertas. Por sinal, temos muitos atletas que participam da nossa prova de corrida e depois fazem uma prova aquática”, conta. A diferença, como ressaltado, está na organização do próprio evento.
Para Matheus Zica, que organizou em 2015 a primeira edição do Aquaman Camburi Ilha dos Gatos, um evento de águas abertas precisa ter médicos e bombeiros dentro e fora d’água, uma boa logística de hidratação no meio da prova e embarcações que acompanham o atleta durante a prova, caso alguém queira desistir ou se sentir mal. Ainda assim eventos em águas abertas estão suscetíveis a imprevistos.
“Vale lembrar que temos que lidar diretamente com a natureza, o que pode ser sempre um risco para o evento em águas abertas. O mar, por exemplo, pode estar com a corrente virada, o que tornará a prova mais difícil. Por isso, é importante sempre ter o plano B de alteração de percurso ou até estratégia para o cancelamento do evento”, conta Zica. Por isso, o organizador ressalta que é de extrema importância ter na prova um árbitro de águas abertas. Esse profissional será capaz de checar as condições do percurso, fazer alterações, entre outros, pensando sempre na segurança do atleta.
Para quem quer organizar eventos de águas abertas a dica é ter pessoas na equipa que entendam da modalidade e possuam a experiência técnica nesse tipo de prova. “Quando começamos a organizar uma prova de águas abertas unimos conteúdo, técnica e prática. A prova precisa ser feita por atletas para atletas. Dessa forma podemos transformar a maratona aquática num esporte mais acessível”, finaliza Zica.