O cenário de inscrições no primeiro semestre de 2023
Como está o cenário das vendas em 2023? Faltando um mês nesse primeiro semestre já conseguimos consolidar um panorama do mercado de eventos esportivos, com recorte especial para canal inscrições.
Esperamos que esse levantamento ajude no diagnóstico individual da sua empresa e mais, ajude também na elaboração de metas e plano de ação para o restante do ano.
Também compartilhamos aqui alguns dados sobre comportamento dos atletas em 2023, alguns tópicos sobre consolidação de produto e experiência digital compilados no Ticket Sports.
Então, partiu compartilhar informação.
Primeiro trimestre de 2023
Entre janeiro e abril, o crescimento no total de inscrições foi forte. (Não significa que seu evento cresceu, vamos explicar).
Não podemos esquecer que o inicio de 2022 ainda foi período de pandemia – ômicron – com menor velocidade das vendas. Era um setor em recuperação. Nossa estimativa foi que, no primeiro semestre de 22, o mercado ficou 40% abaixo de sua performance total. No segundo semestre, 20%. Lembra?
Enfim, o patamar total de vendas se normalizou no primeiro trimestre de 23, com o mercado voltando forte.
Depois desse crescimento, abril já deu mostras de desaceleração. Um mês curto, cheio de feriados e de volume moderado – ainda acima de 2022, cerca de 7% acima do crescimento natural-orgânico.
De janeiro a março o crescimento foi forte. Em abril, desacelerou, mas ainda assim, tivemos um crescimento de 7% acima da expectativa orgânica.
Conclusão: estamos operando com, no mínimo, o mesmo volume de atletas de 2019 / inicio de 2020. Agora, a missão é aumentar essa base.
Problema da oferta vs. demanda
Então, mesmo assim, você sentiu que vendeu menos inscrições?
Tem explicação. Os atletas voltaram – e até mesmo cresceu o volume de gente pedalando, nadando e correndo – mas a oferta ficou maior do que o mercado poderia suportar.
Ou seja, muitos eventos estão sofrendo com inscrições baixas, especialmente quem conta com histórico de crescimento nos últimos anos e colocou metas agressivas para 2023.
No Ticket Sports detectamos aumento de 45,2% na demanda por abertura de eventos com relação ao primeiro semestre desse ano comparado ao ano anterior. Estamos presenciando um movimento de empreendedorismo forte pós pandemia, com projetos que foram represados por anos saindo do papel e muita experimentação de mercado.
A volta foi forte, com muitos eventos, concorrência pesada e experimentação. O volume de atletas não dá conta do volume de eventos.
Mesmo com crescimento no número de atletas, a demanda não aumentou tanto assim. Esperamos um aumento de 21% no número de atletas para esse ano com relação a 2019, um número expressivo comparado ao mercado “normal”. Mas, a conta não fecha.
Não à toa, estamos com volume relevante de eventos adiados na plataforma – total de 4 só em maio. É uma prática desgastante, último recurso para eventos que não conseguem viabilidade. Além disso, é caro de operar: taxas Ticket Sports, estornos, gestão de reclamações. É sintomático.
Por outro lado, tem muita coisa que veio pra ficar: o mercado se reformula, vai mudando de forma orgânica. A aposta é que veremos reequilíbrio. Como?
Breve prognóstico
Assim como foi nosso discurso durante toda pandemia, o mercado vai ser de quem sobreviver a esse momento de competição. (Aliás, é bem mais fácil nesse cenário de competitividade do que num cenário de venda zero).
Nessa onda de novos players tem muita empresa que não vinga.
Gente que está experimentando, ou mesmo, que enxergou uma tendência (real) mas não terá consistência para sobreviver. O mercado, já a partir do segundo semestre, tende a deixar no jogo quem tem mais consistência.
Nem todo evento foi mal, importante dizer. Tomara que não tenha sido seu caso. Grandes investimentos se pagaram; normalmente os pequenos sentem mais. Ainda assim, esse oceano vermelho funciona para dispersar as inscrições.
Há de se esperar consolidações, parcerias estratégicas e de operação.
É o clássico: produtos bons com fluxo de caixa prejudicado e mercado em alta.
Vivemos expectativa para novas fusões e aquisições entre concorrentes ou de negócios complementares. Além disso, reorganização de forças vai se intensificar.
A partir do segundo semestre de 2023 devemos ter um cenário mais ameno em termos de competição.
Apesar disso, a previsão de crescimento orgânico é menor para o segundo semestre – e o número deve ser parecido com 2022. (por motivos diferentes, 22 – onda do retorno, 23 – consolidação da base).
Evolução nas distâncias de entrada
Como já era esperado diante da renovação na base de atletas que participam de eventos, já observamos um crescimento das menores distâncias.
Distâncias de 5Km e 10Km em corridas de rua, por exemplo, tiveram um incremento médio de 4% com relação a 2022.
Em alguns casos, corridas que não tiveram 5Km em anos anteriores até mesmo incluiram como nova distância.
Boa notícia para crescimento do setor, que traz mais gente iniciante – e que fica por anos – e também para crescimento no número de mulheres nos eventos, depois de anos de queda consecutivas. As experiências estão mais acolhedoras e isso é bom.
Consolidação do PIX
Além da análise do mercado, vale também um breve olhar sobre mudanças no comportamento de consumo de inscrições.
A primeira notícia é sobre a franca evolução do PIX como meio de pagamento de inscrições. A modalidade alcançou 34% sobre o total das vendas no Ticket Sports, contra 12% de boletos. No lançamento – e primeiro ano do PIX – os números eram invertidos.
Boleto parece cada vez menos fazer sentido nesse canal.
A notícia é boa para os organizadores: a compensação do PIX é em D+0, ou seja, o dinheiro fica disponível mais rápido, melhor para o caixa dos eventos.
Nessa linha, outra boa notícia desses primeiros meses foi a implementação dos pagamentos instantâneos para Grupos e Assessorias, que antes só operavam com boletos. Aliás, ainda nessa linha, realizamos diversas melhorias no processo de cadastro e inscrições para grupos, dando mais opções de customização e ofertas.
Algumas conquistas e números
Outra mudança no comportamento que aos poucos conseguimos evoluir é o volume de vendas através do App. Número que no lançamento foi de 3% – 5% do total, alcança 15% no volume de todas as vendas da plataforma.
A tese é que o App facilita inscrição, melhora taxa de conversão e ainda cria novas frentes de contato com consumidor. Estamos com mais de 215 mil downloads – e a meta é encerrar 2023 com 300 mil.
Nosso trabalho para melhorar experiência dos atletas continua e uma boa ideia de como isso consome nosso tempo é o volume de chamados, ou seja, conversas que tivemos com clientes ao longo de 2023. Já são mais de 24,4 mil, uma média de 171 contatos por dia.
Outra conquista foi o lançamento do nosso primeiro Bot de atendimento, ainda em fase de testes, mas que, em algumas semanas de funcionamento já realizou outros 25 mil atendimentos, parte deles redirecionado à “humanos”.
Segundo semestre de inscrições
Como já falamos, o prognóstico é de diminuição na oferta e manutenção da demanda.
Ou seja, fica, em teoria, menos dificil (nunca fácil) alcançar metas de vendas no segundo semestre. Um volume de eventos nesse porte não se sustenta. Já estamos com provas disso.
O segundo semestre é também, sempre mais aquecido. 60% das vendas, historicamente, acontecem após julho.
É também histórico que maio e junho sejam meses de respiro, tomada de fôlego, com uma pequena desaceleração.
De novo, se os eventos esportivos são seu core-business, o prognóstico é positivo – e consistência é a chave.
Também estamos esperando outros dados importantes como equalização no número de mulheres e homens participando de eventos e até crescimento do volume de patrocínios.
Ao trabalho.