Percepções sobre o início de 2022
Já demos os primeiros passos de 2022. O ano começou – ainda – com clima de incerteza e certa ansiedade, com variante Ômicron acelerando número de casos de COVID.
Mas, além deste cenário, há também boas notícias.
Poucos eventos foram cancelados / adiados e, aos poucos, as vendas começam a se normalizar. As provas também foram capazes de consolidar protocolos confiáveis de proteção aos atletas e oferecem boa segurança na participação.
Por isso, a perspectiva é otimista, finalmente teremos um ano de recuperação – iniciado, aliás, por uma retomada discreta desde o final de 2021. Vamos aqui compartilhar algumas percepções.
Vendas x Finishers
Já estamos com um volume normal de vendas? Não. Em comparação com o potencial de mercado o comportamento ainda é aquém. Nossa aposta é que esse patamar vai mudar de forma gradual, de acordo com as entregas dos eventos: a roda precisa começar a rodar. A estimativa é que alcançamos atualmente, no máximo, 70% do potencial esperado.
Ao mesmo tempo já temos eventos com boa performance aqui na plataforma. É nítido que os atletas estão com sede de participação – mesmo que muita gente ainda adota um comportamento mais conservador com relação à pandemia. Vai passar.
No contexto, o que chama atenção mesmo neste primeiros eventos de 2022 é a baixa quantidade de finishers. Há, em alguns casos, quase 50% de ausências no dia das provas. A média que estudamos está entre 35% e 40%. Sinal de que há também uma curva de preparação e treinos importante que só é acionada numa nova maturidade de mercado, além, é claro, do receio por aglomerações.
Outro fator deste inicio de 2022 é a renovação de participantes. Muita gente nova se cadastrando na plataforma, tendo a primeira experiência da vida. Já sabemos que os últimos anos foram de crescimento dos esportes individuais e essa turma – dos iniciantes – chega forte para este ano. Em alguns eventos chegam a +60% do número de inscritos.
2022: Organizadores vão para cima
Além de todos esses detalhes de comportamento de consumo e velocidade de vendas, analisamos o humor do mercado. Uma das frases que mais ouvimos dos organizadores é “Eu não paro mais“. Faz sentido: os protocolos se mostram eficientes para criar provas seguras, o ambiente outdoor é bem desfavorável para propagar o coronavírus.
Há números de um estudo global da Mass Participation World [ atualizado semanalmente ] com milhões mapeados e apenas 5 transmissões confirmadas:
De qualquer maneira, é hora de respeitar e caprichar nos protocolos. Temos que ser exemplo e valorizar o papel deste segmento como contribuir direto na melhoria da saúde pública. (Meta: um dia vamos fazer a conta de quanto R$ é economizado em investimento em saúde pública por conta da existência dos eventos esportivos no Brasil).
Mas, tem mais notícias animadoras sobre 2022. A baixa taxa de mortalidade da ômicron é um alento mundial e autoridades já conversam sobre classificar a covid como Endemia na Europa. Isso derruba todas as restrições de convívio e abre completamente o espaço para mercado de eventos. Há 2 anos esperamos por isso.
Essa sensação é universal. O impacto nos participantes é notado, por exemplo, pela diminuição dramática na participação de inscrições em provas virtuais, que chegaram a quase metade do mercado em março de 2021. Em dezembro do mesmo ano apenas 2% de todas as inscrições realizadas na plataforma foram de virtuais.
Ventos de Mudanças
Além de toda análise de mercado, de insights e ideias, é também tempo de mudanças.
Muitos projetos saindo do papel, do mundo das ideias, para práticas. Não dá mais para esperar. Estamos vendo muita gente nova chegando, uma renovação acelerada pela necessidade, por espaços deixados por grandes players que baixaram a guarda e pelo potencial de transformação que o esporte tem.
Nosso trabalho transforma muitas vidas – e às vezes esquecemos também de transformar o nosso trabalho.
Por aqui, já adianto, muita coisa nova vai surgir nos próximos tempos. Mudanças estruturais, de autoimagem, ajustes de rotas. 2022 não é mais um ano de espera – como foram os últimos 22 meses das nossas vidas. Vamos começar a escrever de novo a história desse mercado. Vem junto?