Por que as mulheres são minoria nos eventos esportivos?

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Desde 2017 analisamos dados demográficos do público que participa de eventos esportivos.

Um deles chama muita atenção e nos faz olhar para o mercado com um alerta.

O público feminino – que já foi maioria na participação de eventos – vem mostrando uma queda significativa nos últimos anos:

Dados base de atletas Ticket Sports

Durante dois anos consecutivos as mulheres se mostraram bem mais presentes do que o público masculino, mas desde 2019 esse comportamento vem mudando.

O que mais assusta é ver que durante um dos períodos mais graves da pandemia (2021) a porcentagem feminina caiu drasticamente e pelo que tudo indica esse número mostra dificuldade para voltar a ser o que era.

Mas por que isso está acontecendo?

Não temos respostas certas, mas podemos estudar as variáveis e cruzar os nossos dados com os dados do mercado.

Por exemplo, apesar de todas as conquistas alcançadas desde a primeira aparição feminina em Jogos Olímpicos, só em 2012 as mulheres competiram em todas as modalidades do programa esportivo.

Isso é muito recente, né?

Nas Olimpíadas de Tóquio 2020, as mulheres bateram o recorde de participação feminina em uma única edição (48,8%).

Demoramos 120 anos para colocar as mulheres no mesmo patamar dos homens no quesito competição e isso mostra que os passos para ganhar espaço são (muito) lentos.

Nos esportes participativos

Conseguir dados sobre esportes participativos é uma tarefa difícil.

São poucos estudos sobre o tema e isso com certeza prejudica a discussão sobre o assunto.

Após pesquisar muito, encontrei a pesquisa “Os desafios de ser mulher no cenário dos esportes de aventura.”

O estudo foi realizado em 2021 em Uberlândia (MG) e apesar de não ser uma pesquisa de âmbito nacional, com certeza é uma amostra assertiva do que acontece no país.

Uma das perguntas era sobre o preconceito que as mulheres sofreram ao escolher atividades de aventura como prática.

Infelizmente, 64% responderam que sofrem algum tipo de desrespeito ao praticar a modalidade.

Talvez isso aconteça porque o feminino muitas vezes está associado com a fragilidade, falta de controle emocional e o padrão de beleza imposto pela sociedade.

A pesquisa ainda perguntou se as mulheres já haviam sido subestimadas durante a prática.

Mais um número triste nas respostas.

70% afirmam que sua capacidade frente aos eventos esportivos foi colocada em questão.

O estudo conta com dados muito importantes, que mostram possíveis motivos para a queda persistente na participação de mulheres não só em eventos de aventura, mas de todos os participativos.

Os efeitos da pandemia

Não podemos deixar de citar a pandemia para tentar explicar a queda da participação feminina.

Em conversas com o time Ticket Sports, um ponto importante surgiu:

“E se as mulheres deixaram de praticar esportes por medo da pandemia e agora estão com dificuldade de voltar aos treinos?”

Sim, isso pode ter acontecido.

Em uma pesquisa realizada pela Ticket, empresa de benefícios de refeição, 51% das mulheres relataram uma percepção de impacto negativo da pandemia em relação à rotina de cuidados de saúde.

Essa sensação esteve menos presente entre os homens: 42% perceberam alguma mudança nesse sentido.

Poder aquisitivo

Por fim, um dos últimos motivos que podemos atribuir à queda da participação feminina é o poder aquisitivo.

Segundo o IBGE, as mulheres ganham cerca de 20% menos do que os homens no Brasil 

Além disso, em 2021 a queda do rendimento médio do trabalho principal, foi mais intensa para as mulheres (11,25%).

Nós reunimos apenas alguns motivos aqui, mas se você tiver alguma consideração ou quiser conversar com um de nossos especialistas é só enviar um e-mail para [email protected].

Até mais!

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