Recorde na maratona pode mudar os eventos de corridas no Brasil. Saiba como.
Recorde! Todo mundo viveu um momento histórico no último sábado, dia 12/10. Vimos o queniano de 34 anos, Eliud Kipchoge, ser o primeiro ser-humano a quebrar a barreira das 2 horas na distância da Maratona, com 42,195Km.
Além das novas barreiras esportivas, da aplicação tecnológica e de todas as polêmicas envolvidas nos 1h59’40, a marca também impacta um outro universo: o nosso, de eventos esportivos participativos, em especial o segmento de corridas de rua.
Mas como um evento isolado, patrocinado e tão longe da realidade dos atletas amadores pode mudar alguma coisa por aqui? Trazemos aqui alguns impactos esperados com este novo paradigmal, previsões do que pode acontecer com o seu evento.
Estrutura com mais foco em performance
O recorde vai inspirar mais gente à melhorar também sua própria marca pessoal.
Isso significa menos importância à estrutura de celebração e mais atenção à estrutura técnica das provas. A busca por percursos mais planos, hidratação bem-feita, estrutura médica, ficam mais fortes com relação à kit, atrações musicais e tamanho da medalha.
Contudo, haverá também maior demanda para serviços de cronometragem que contemplem medições intermediárias, mais assertivas e rápidas. Em distâncias cada vez mais desafiadoras, estimulando crescimento da distância Maratona.
Recorde exige mais diversidade nas distâncias maiores
A oferta nacional de provas é excelente até os 21Km.
Porém, faltam todas as distâncias intermediárias entre meia e maratona, parece que os eventos pularam este patamar evolutivo do corredor.
Ganha quem oferecer distâncias intermediárias como 25Km, 30Km, 35Km, que sirvam como catalisadoras da distância mais nobres, os 42Km.
O recorde terá este efeito – deixar a maratona em evidência, como desejo primordial ainda mais aguçado. E haverá mais público para transição entre distâncias.
Ajuda na busca do recorde pessoal
Ninguém quer disputar com Eliud.
Todavia, este novo recorde fortalece a ideia individual de recorde. Até onde eu consigo chegar? Todas provas de corrida devem refletir se estão oferecendo suporte suficiente para que os corredores deem o seu melhor.
Não teremos 40 pacers por cabeça, mas quem sabe 1 por PACE. Que conteúdo sobre o percurso é oferecido para preparação prévia? O horário da largada pensa numa melhor performance dos corredores que também se preocupam com tempo?
Aprendizados com o projeto INEOS
INEOS é o nome do projeto que preparou o queniano Kipchoge para correr 42Km sub 2horas pela primeira vez na história. Além dos meses de treinamento, acompanhamos também uma preparação estrutural inédita.
Em primeiro, o local perfeito do mundo foi escolhido. Iluminação perfeita, sombras, altimetria, e todas as facilidades de uma cidade inteira, em um projeto impossível de copiar em terras tupiniquins. Mas há também como absorver alguns aprendizados, como, envolvimento da população local no evento. Pouco fazemos por aqui para criar uma cultura de apoio e mobilização, mesmo em nossos maiores eventos. Não só o mundo estava vendo – foi uma conquista da cidade de Viena.
Outro aprendizado: a dramaticidade da cenografia. Um pórtico com informações, conceito, preparado para fotos que estarão por séculos nos livros de história. Porque não pensar assim também sobre nossa cenografia.
Por fim, a super cobertura midiática e digital também ensina sobre como devemos explorar melhor todos os canais para emocionar.
Que este recorde seja também uma nova era para nossos eventos esportivos aqui no Brasil, com mais inspiração para todo nosso segmento.
E MAIS! Black Week de Inscrições vem aí e você não pode perder.