Primeiro semestre é mal aproveitado por eventos esportivos
Organizadores de eventos esportivos levam muito a sério a máxima de que o ano só começa depois do Carnaval.
O resultado desta crença – e de um calendário concebido “no automático” – é que não há o mesmo aproveitamento de mercado no primeiro e no segundo semestre do ano.
Números comprovam: em 2018, 58% das vendas de inscrições se concentraram no segundo semestre do ano.
Janeiro não existe
Janeiro é, de longe, o mês com menos eventos no ano, e sofre com o rótulo de que, “no alto verão as pessoas não praticam esporte ou estão de férias”.
Trata-se de uma premissa antiga, ultrapassada.
Faça seu evento cedo, com largada 6h da manhã. Faça seu evento noturno, quando o sol já se pôs. Escolha regiões arborizadas, com sombra.
Enfim, há um espaço nada aproveitado em janeiro.
Mas não é só o primeiro mês do ano: o primeiro semestre todo tem um ritmo menor de eventos, o que gera uma grande oportunidade aos organizadores.
“Oras mas o Brasil só começou a crescer no segundo semestre do ano passado”. Não procede, já que em 2017, 55% dos eventos foram feitos á partir de 01/07. Em 2016, 52%.
Aliás, esta concentração só vem aumentando, seria tendência?
Efeito calendário
Mas porque o segundo semestre teve quase 15% mais finishers do que no primeiro semestre de 2018?
- Há mais provas internacionais com grande presença de brasileiros. Mais treinos em solo nacional.
- Tem muita gente com o projeto verão em curso, em momento fitness.
- Há muito tempo as corridas se acomodaram no segundo semestre porque só conseguem aprovar os calendários com as prefeituras no inicio dos anos. E isso gera um efeito cascata para outros anos, afinal, a maioria dos eventos ganha a data pela história, e não pelo projeto.
- Por falta de planejamento o ano começa e o calendário não está pronto. Para ter um período relevante de vendas é melhor atrasar o lançamento para o segundo semestre.
- Crença dos organizadores de que no verão não é possível fazer eventos.
E claro: o ano só começa depois do carnaval.
E você pode achar mais motivos para não quebrar esse ciclo vicioso.
Mas o que o participante quer?
Pare para pensar. Metade dos fatores acima não têm nada a ver com o que o atleta deseja, mas está relacionado á planejamento ou histórico.
Quem corre quer correr o ano todo, e tem sim uma demanda equivalente entre o primeiro semestre e o segundo.
Quem quer pedalar, quer pedalar em janeiro, em fevereiro, em março…
Quem nada está louco por mais provas no verão, é a oportunidade de ir á praia e ter uma prova com estrutura.
Não espere para ocupar espaços no calendário, mesmo quando há desafios nesta implantação.
Seus concorrentes ainda não estão lá.
O primeiro semestre já começou, e cheio de oportunidades.